Os vinhos do fim do mundo, a história por detrás de destacados rótulos

Uma região de procedência, implementações de informações técnicas na elaboração, é mais do que justo conhecer a história por detrás destes destacados rótulos.

Cada vinho passa por vários processos antes de chegar ao consumidor, alguns desconhecidos. E mais, existem vinhos fabricados em lugares de difícil acesso, que não há condições para morar e distante de tudo.

Donal Hess, o audacioso!

Na Argentina, mais exatamente em Salta, há uma vinícola propriedade de Donald Hess, um dos maiores colecionadores de arte contemporânea do mundo, empresário suíço que se desfez de muitos negócios para se dedicar aos vinhos. Seu empreendimento é localizado em altitudes com mais de 3 mil metros. Onde originam-se os rótulos Colomé, o Amalaya, e o Altura Máxima.

Donald Hess já foi proprietário de uma engarrafadora de água mineral na Suíça, uma cervejaria e um hotel em Marrocos. O hotel Tânger foi um grande sucesso, o qual gerou 5 filiais e 1.200 funcionários. Desistiu do negócio quando foi pressionado pela monarquia de Marrocos, pois o mesmo estava afetando o reino, resolvendo então ceder suas propriedades ao país.

Com 41 anos de idade, o empresário que já tinha experiência suficiente com água, foi tentar negócios nos Estados Unidos, visitou 36 fontes, que não lhes agradou, pois a água era amarga e os americanos só se interessavam em saber valores da composição de sal e calorias.

Quando tudo começou

Antes de retornar foi almoçar com um diretor que lhe acompanhava. Em seu pedido solicitou o melhor vinho branco e o melhor tinto que lá continha. Ao degustar ficou satisfeito o suficiente para naquele momento decidir entrar para o ramo do vinho. Voltou para a Califórnia ainda duas vezes após o ocorrido para conhecer as terras, os empresários do ramo e as plantações.

Seu desejo inicial era de somente plantar as uvas e vendê-las para a vinificação, porém tinha um certo receio em não conseguir colocá-las pela quantidade de ofertas.

Começou seu primeiro empreendimento na área em uma montanha no Napa Valley, a Hess Collection. Possuindo até o momento apenas uma cantina de aluguel, comprou uma vinícola prestigiada e mais terras na Califórnia. As quais resultaram na Artezin, Sequana e McPhail.

Não deixando suas aventuras de lado, em 1995 comprou parte de uma vinícola na África do Sul com participação de 50% na empresa que então dividiria com David Finlayson. A empresa era pequena e produzia cerca de 6 mil caixas. Passados alguns anos, em 2001 David vendeu suas ações a Hess, o qual manteve os funcionários e passou a produzir 70 mil caixas.

Em 2002 comprou 90% das ações da Peter Lehmann, dono de uma respeitável vinícola australiana. Na mesma época visitou a América do Sul com o intuito de instalar uma empresa no Chile porém, não levou a ideia a diante por considerar os vinhos chilenos internacionais demais e acabou escolhendo a Argentina.

Vinho nas alturas

Donald Hess, audacioso, não gostando de ir para o mesmo lugar que os outros, depois de várias tentativas de comprar uma vinícola em Salta, sem sucesso, resolveu então, procurar um local para abrir a própria empresa.

Após andar por todo lado em busca de um local que houvesse água, construiu sua primeira propriedade em Salta, a El Arenal localizada a 2.700 metros de altitude e que se encontra sobre um rio subterrâneo com pouco mais de 100 metros de profundidade.

Enquanto aguardava resultados no vinhedo, uma crise econômica afetou a Argentina em 2001, obrigando Raúl Dévalos, dono da Calomé (empresa que Hess tentou comprar quando visitou a Argentina), a vender seus negócios e Donald Hess não perdeu a oportunidade e incorporou a Colomé.

O sucesso na Argentina

O empreendimento cresceu com a construção de uma central hidrelétrica, um hotel luxuoso que hoje só atende pessoas convidadas ou grupos fechados, e ainda um museu com cerca de 1.800 metros quadrados, contendo obras do americano James Turrell.
Fonte: Midia News

Os vinhedos mais altos do mundo produzem raridades como o Altura Máxima

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